sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Semana da Consciência Negra leva manifestações culturais à Estação da Memória

Neste sábado (20/11), a 2ª Semana da Consciência Negra de Joinville vai levar muito samba, teatro, capoeira, desfile de moda africana e outras atrações para a Estação da Memória. A programação começa às 9h30, com a apresentação de dança da escola municipal Laura Andrade. A última atração começa às 17 horas, com as escolas de samba Serrinha e Príncipes. Durante todo o dia, haverá oficina de tranças com Nara.

O evento da Semana da Consciência Negra será realizado durante a quarta edição do Sábado na Estação, que ocorre uma vez por mês na Estação da Memória e inclui Mercado de Pulgas, Feira de Arte, Artesanato e Produtos Coloniais, além de apresentações culturais. O objetivo do Sábado da Estação, organizado pela Fundação Cultural de Joinville, é estimular a circulação das pessoas pelo espaço que é um ponto de referência para a cidade.


Confira a programação e agende-se:

9h30: Apresentação de dança com a Escola Municipal Laura Andrade

10horas: Apresentação do Grupo de Capoeira Nossa Ginga

10h30: Apresentação do grupo de Teatro Lucas Davi "Criação do Mundo na tradição Iorubá"

11h45: Desfile de moda africana

12horas: "Gopak", com o bailarino Diego Cunha - homenagem da Escola do Teatro Bolshoi à Semana

12h30: Rosa de samba do FIO e amigos

14horas: Apresentação de Ana Paula da Silva

15horas: Apresentação do Grupo de Hip-hop inclusivo de Juliana Crestani e Catumbi Mirim.

15h30: Grupo de Maracatu. Projeto da Costa Africana à Costa Brasileira

16horas: Apresentação do Grupo de Afoxé

17horas: Escola de Samba Serrinha e Escola de Samba Príncipes.

Durante o dia haverá oficina de tranças com Nara.
Homenagem às memórias de Joinville na Semana da Consciência Negra

Em uma cerimônia simples, rápida, mas carregada de significado, a Prefeitura de Joinville homenageou na manhã desta sexta-feira (19/11) a memória dos negros escravos sepultados no Cemitério do Imigrante, em mais uma atividade da 2ª Semana da Consciência Negra.

Uma coroa de flores foi entregue pela coordenadora do Comitê Gestor de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura, Raquel de Queiroz, na lápide que leva o nome dos 14 negros enterrados no local. Esta lápide foi inaugurada no ano passado, durante a primeira edição da Semana da Consciência Negra, marcando o reconhecimento de Joinville à importância dos negros na construção da cidade.

A leitura de cada um dos nomes foi feita pelo presidente da Fundação Cultural de Joinville, Silvestre Ferreira. As informações sobre essas pessoas (idade, motivo da morte, a quem pertenciam e onde moravam) foram retiradas por pesquisadores da Fundação Cultural do "Livro de Assentos de Óbitos Católicos da Freguezia de São Francisco Xavier de Joinville (1858 - 1875). Livro nº 1", com anotações do Padre Carlos Boegershausen. O cemitério foi o primeiro espaço público para sepultamentos e recebia católicos e luteranos.

A entrega da coroa de flores aconteceu sob o som do saxofone do educador social Francisco de Paula, que interpretou a canção "Amazing Grace". ?A letra fala de graça, com uma melodia linda, mas triste. Retrata um pouco deste momento. Graça pelo reconhecimento aos negros enterrados no Cemitério do Imigrante e tristeza por este reconhecimento ter demorado tanto", explicou Francisco de Paula.

Durante a leitura dos nomes dos negros sepultados, Francisco de Paula fez a seguinte observação: os sobrenomes dos donos dos escravos são de origem portuguesa. "Os alemães, suíços, austríacos e noruegueses que chegaram a Joinville não fazem parte dessa triste história", enfatizou.

Ainda na tarde desta sexta-feira, a programação trouxe a lavagem da escadaria do Monumento ao Imigrante, na Praça da Bandeira. A promoção é do Povo-de-Santo de Joinville e região (adeptos e simpatizantes das religiões afro-brasileiras). A proposta foi tomar um monumento público dedicado à memória da imigração buscando o reconhecimento da participação da população negra na construção histórica e cultural da cidade. Também tem o sentido de "lavar" a cidade do preconceito racial.